sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

CPI defende criação de cadastro nacional de desaparecidos 03 de dezembro de 2009

Muita gente olha o próprio umbigo,e se esquece que tem gente por ai que não tem como se defender.
Gente que reclama de tudo e nem se quer agradece a Deus pelo o que tem, mas você pode fazer a diferença.
Nos ajude, Divulgue faça sua parte..... Nossas crianças agradecem!!!!



Depois de ouvir hoje (3), durante mais de cinco horas, em audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia, parentes de menores desaparecidos, a presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Crianças e Adolescentes Desaparecidos, deputada Bel Mesquita (PMDB-PA), voltou a insistir na criação de um cadastro nacional e na definição de políticas públicas para enfrentar o problema.

"Apesar de tantas pessoas imbuídas na busca de soluções, não temos uma política de garantia às crianças e adolescentes. Por isso, as famílias não encontram apoio nas instâncias oficiais", disse a deputada, ao defender a instituição do Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos pela sociedade, e não no âmbito do governo. O projeto de lei criando o cadastro aguarda sanção presidencial.

Em sintonia com as preocupações da presidente e dos membros da CPI, que já seguiram para outra audiência pública, amanhã (4), em Natal, a criadora do Movimento Nacional de Busca e Apoio a Pessoas Desaparecidas Simone Pinho, Josenilda Ribeiro Lima, também falou na audiência em Salvador: "É preciso dizer que não temos nenhum apoio de governo na nossa ação. Esta CPI é boa e já vem até atrasada, mas ela deveria tratar também do desaparecimento de adultos, e não só de crianças e adolescentes", afirmou.

A filha de Josenilda, Simone Lima Pinho, de 26 anos, saiu de Salvador em junho de 2000 para as festas juninas nos Lençóis Maranhenses e não voltou. Na busca de pistas, ela apelou à polícia de Salvador, que não pôde fazer nada e a encaminhou a Lençóis, onde policiais maranhenses tampouco tomaram providências, sob o pretexto de que Simone era maior de idade.

" Os policiais me trataram com o maior descaso, e aí eu vi que tinha que lutar sozinha", lembrou. Em setembro de 2002, Josenilda criou o movimento que tem o nome da filha e começou a reunir pessoas em situação semelhante à sua: "Hoje temos 2.862 desaparecimentos cadastrados e, destes, 620 desaparecidos foram localizados, vivos ou mortos".

Em abril de 2005, por uma reportagem na televisão, Josenilda soube da prisão, no Pará, de José Vicente Matias, o "Corumbá", assassino confesso de seis mulheres, três delas estrangeiras. Ele dizia ter feito um pacto com o diabo e que teria de matar sete mulheres, e pelo que disse na tevê, ela resolveu ir ao seu encontro.

"Lá, a polícia copiou uma foto da minha filha pela internet e ele confirmou que tinha matado ela com duas pedradas, bebido o sangue e comido os miolos". Mas o horror de Josenilda se prolongou por mais oito meses, até conseguir que a polícia levasse o assassino ao local onde a ossada de Simone foi encontrada, numa cova rasa no mato.

A trágica história de Josenilda Ribeiro Lima é vista como exceção no rol dos desaparecimentos, já que Simone foi vítima de um insano, mas de toda forma se insere no contexto da luta pela criação do cadastro e da conscientização da polícia em todos os níveis sobre a gravidade do problema, segundo parlamentares da CPI.

"A formação dessa consciência é necessária para que possamos combater de fato o desaparecimento. Para se ter uma ideia, a maior parte dos desaparecimentos é de crianças, das quais 85% são encontradas. Destas, cerca de 70% fugiram por causa de conflitos familiares, o que indica a urgência de uma política voltada de fato para a origem do problema", concluiu a presidente da CPI.

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