sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vítimas de ataque covarde em escola do Rio são sepultadas


Toda a dor resumida em lágrimas é




assim que o país se despede de seus




anjinhos...





Veja matéria do Jornal



Nacional











Vítimas de ataque covarde em escola do




Rio são sepultadas



Um atirador invadiu uma escola, em Realengo. na última quinta-feira (7), e matou 11 alunos. Os adolescentes foram velados em capelas vizinhas e uniram as famílias.

Foram enterrados, nesta sexta-feira (8), os corpos de 11 vítimas do ataque à escola de Realengo, no Rio. Os adolescentes foram velados em capelas vizinhas e uniram as famílias.

Sobre o caixão do filho, a mãe de Rafael, 14 anos, alisa o rosto e o cabelo do menino e se desmancha em lágrimas.

Douglas foi se despedir do colega. Ele também estava na sala de aula, mas conseguiu escapar à fúria do assassino. Chorou no ombro da mãe e recebeu o conforto do pai de Rafael.

“Você cria um filho para poder vencer na vida, estudar, trabalhar, casar, ter filhos. E a vida é interrompida assim, de maneira brutal. É uma dor muito grande”, contou Carlos.

A poucos metros dali, a avó de Larissa se desespera. A menina de 13 anos foi mais uma que deixou corações em pedaços.

“Ela era linda demais, muito linda! O sonho dela era ser modelo e era isso que eu queria ver. Não queria ver ela aqui”, contou Milene Andrade, amiga de Larissa.

No sofrimento compartilhado, as famílias se revezavam nos velórios, saíam de uma sala e entravam em outra. Esta sexta-feira (8) foi dia das pessoas se uniram para buscar conforto para uma dor difícil de medir.

“Eram todas crianças que a gente viu crescer, todo mundo ali da área”, lembrou uma moradora.

Para todo lado, gente jovem abraçada, unida para chorar, em uma cena de apertar o peito.

A foto de Luiza, adolescente bonita e querida, estava estampada nas camisetas da família e nos cartazes dos amigos. Era um pranto só, difícil de conter.

Estariam todos reunidos na festa de 15 anos de Luiza, marcada para setembro. As córneas foram doadas pela família. “Ela se foi, mas está ajudando alguém a enxergar”.

O corpo de Karina, que também estava na mira do atirador ensandecido, foi velado na mesma capela da amiga.

Ígor foi o último a morrer. Chegou a ser levado para o hospital, mas os ferimentos foram graves demais. Restaram os olhares perdidos de quem não entende a partida de alguém que mal começou a viver.

Em outro cemitério, o adeus a mais quatro adolescentes. Laryssa, filha de Dona Maria José, tinha só 12 anos. Mesmo sob efeito de calmantes, a mãe é o retrato da dor.

A emoção também foi forte demais para a mãe de Mariana. Ela precisou de ajuda médica.

E o que dizer de irmãs gêmeas, separadas pela tragédia? Enquanto Bianca era velada, a família se preocupava com Brenda. “Está bastante triste ela. Perdeu uma irmã. As duas eram tão juntas”.

No velório de Jéssica, lembranças que entristecem ainda mais. “Ela dizia que tudo que queria da Marinha, tanto que ela estava fazendo preparatório, que ela queria dar o melhor para a família dela”, disse uma amiga.

A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, conversou com as famílias e saiu do cemitério muito abalada. O prefeito Eduardo Paes tentou confortar os parentes das vítimas e chorou com eles.

Quando se aproxima a hora do sepultamento, os parentes e amigos descobrem que ainda cabe mais dor no coração. Os recém-chegados à adolescência descem à cova, assistidos por parentes como Seu Nilton, 80 anos, bisavô de Larissa, contrariando o que a gente acredita ser a lei da natureza. “Certo era ele eles me enterrarem, porque eu já tenho 80 anos”, contou.

Entre a hora em que essas crianças acordaram pela última vez, para ir à escola, até o momento do enterro, passaram-se pouco mais de 24 horas. Tempo curto que acabou com sonhos e planos. A partir desta sexta, as 12 famílias seguem faltando um pedaço.

“Eu continuo com os meus planos paralelos como todo mundo aqui. Só que eu não posso incluir meu irmão mais nos meus sonhos porque ele não está mais aqui conosco”.

Enquanto uma chuva de pétalas caía do céu, músicas entoadas por vozes engasgadas encerravam um capítulo triste desta história trágica.

Oito meninos e duas meninas feridos estão em seis hospitais da Região Metropolitana do Rio. Outros dois feridos já receberam alta.

Nenhum comentário:

Pesquisar